Os Correios anunciaram a descontinuidade do serviço de entregas e-Sedex a partir desta segunda-feira (19/06). O motivo alegado pela empresa é a aprovação de sua nova política comercial. “Dessa forma, todas as postagens de encomendas deverão ser realizadas por SEDEX ou PAC”, afirmou a estatal em nota.
O e-Sedex era um serviço de encomenda expressa dos Correios voltado para o comércio eletrônico. No comunicado que emitiu, a estatal informou que tomou as providências judiciais necessárias quanto à ação movida pela Associação Brasileira de Franquias Postais (Abrapost), que solicitou a revogação do fim do serviço – anunciado em novembro de 2016 – à Justiça Federal.
A empresa orientou ainda os seus colaboradores a se comunicarem imediatamente com os clientes sobre o fim da modalidade. Além disso, informou que as Pré-Listas de Postagem (PLP) e os e-tickets – autorizações de postagem para logística reversa – gerados e não utilizados até o domingo (18/06) terão os códigos de e-Sedex substituídos pelo código Sedex.
Enquanto o Sedex é o serviço de encomenda expressa de documentos e mercadorias da companhia, o PAC é o de encomenda da linha econômica para envio exclusivo de mercadorias. As novas postagens deverão ser realizadas a partir destas modalidades.
Confira o comunicado da empresa na íntegra:
“A partir da próxima segunda-feira (19), em virtude da aprovação da nova Política Comercial dos Correios, o serviço e-SEDEX será descontinuado. Dessa forma, todas as postagens de encomendas deverão ser realizadas por SEDEX ou PAC.
Além desses serviços, os Correios possuem parcerias com os maiores marketplaces do país e prosseguem com a implantação do novo serviço Correios Log – Comércio Eletrônico, também conhecido como e-Fulfillment, que possibilita à loja virtual ter toda a sua operação de armazenamento, preparação de pedido, postagem e logística completamente realizada pelos Correios, com otimizações operacionais e de custos para os clientes.
Mantendo o compromisso de transparência com os seus clientes, os Correios reforçam a parceria com o comércio eletrônico, e afirmam que continuarão a ser a empresa mais acessível ao e-commerce em todo o Brasil. As mudanças da nova Política Comercial da estatal visam atender melhor ao comércio eletrônico, destinando pacotes de encomendas específicos para os clientes desse setor, como os serviços SEDEX, PAC e Logística Reversa, que atendem às diversas necessidades de preços e prazos dos lojistas, além dos consumidores finais.”
Crise e risco de privatização
O presidente dos Correios, Guilherme Campos, afirmou no fim do mês de maio que, embora a privatização da empresa não seja de interesse do governo, esta pode ser uma alternativa caso os esforços em curso para a reestabilização da estatal não sejam bem sucedidos. A declaração foi feita durante uma comissão geral no plenário da Câmara dos Deputados.
A crise, segundo Campos, foi gerada pelas mudanças tecnológicas, que resultaram na diminuição do envio de cartas. Ele pontuou que, assim como outros países, o Brasil deveria ter se preparado para esta mudança anos atrás. Campos defendeu também o fim do monopólio postal dos Correios, que acredita ser um ônus para a empresa.
Os Correios acumularam dois rombos de R$ 4 bilhões nos últimos dois anos, que representaram prejuízo de R$ 2 bilhões em 2016 e de R$ 2,1 bilhões no ano anterior.
Alternativas para a entrega
Ainda que o fim da modalidade dos Correios que contemplava o comércio eletrônico gere um impacto sobre o setor, os varejistas do e-commerce podem recorrer a outros serviços para a conclusão de suas entregas, que vão na contramão dos modos de envio tradicionais e procuram inovar.
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